Visita a Roberto Carlos no camarim do navio italiano Duce.
Roberto estava com o empresário Dody Sirena e o padre Jorjão, velho amigo da família. Acabara de sair do palco onde fizera um ensaio com sua banda.
- Saiu desafinada a Amada Amante, hein? – disse ele aos dois. Sirena olhou para o padre. Depois de um silêncio breve, Jorjão falou:
- É essa temática, meu filho. Amada, tudo bem. Amante Deus não aprova...
Roberto foi até uma lousa, pegou um apagador e retirou Amada Amante do playlist marcado ali com pincel mágico.
Sirena tentou motivá-lo.
- Mas Cavalgada ficou o máximo, bicho!
Padre Jorjão nem esperou a resposta do Rei.
- Cavalgada não é uma menção à lubricidade, ao ato carnal? Dessa forma não-reprodutiva, o Livro Sagrado não aprova, Roberto.
RC apagou Cavalgada do playlist. Ficamos ali por mais meia hora. Ao final da conversa nenhuma das canções escolhidas pelo cantor e seu empresário agradaram ao religioso.
Roberto segurou nas mãos do padre e, com grande ternura, lhe indagou:
- Jorjão, e agora?
- O padre deu então a sua sugestão:
- Ah, canta a Jesus Cristo e que tudo o mais vá pro inferno...